Com
certeza todos nós já passamos por dificuldades para resolver um grande
problema, relacionado à família, ao trabalho, ao estudo, sendo que muita
energia e tempo foram gastos para se chegar à resolução. Provavelmente, muitas
vezes paramos e pensamos após o fim do problema: “Puxa, não precisava desse
desgaste todo... acho que havia um caminho menos traumático para solucioná-lo.”
Bem,
gostaria de apresentar um modo de lidar com essa situação, aproveitando a
experiência adquirida no trabalho e no Aikido. Não se trata de uma idéia nova,
é apenas a aplicação contemporânea de conceitos criados há muito tempo,
trazidos pelos antigos guerreiros samurais: estratégia, planejamento e execução
coordenada.
Atualmente,
esses conceitos são moldados pela ciência que estuda a administração das
organizações de um modo a torná-los aplicáveis ao dia-a-dia. Minha intenção não
é falar sobre a Administração em si, mas numa vertente que ganhou peso nos
últimos anos: gestão de projetos. Conceitualmente, “projetos” são atividades finitas, realizadas sob encomenda
para desenvolver um produto inovador ou fornecer um novo serviço. Para mim,
nada mais é do que dar foco, se organizar para resolver um problema, que o
momento atual da família, trabalho, estudo, organização não consegue solucionar
por estarem mergulhados na rotina.
Outro
dia, assisti a um filme antigo que retrata alguns pontos que destaquei, sobre
os conceitos dos guerreiros de outras épocas. Para quem já teve a oportunidade
de assistir o filme “Os Sete Samurais” (1954), de Akira Kurosawa, pôde apreciar
uma obra de arte do cinema mundial, pela beleza da fotografia, originalidade
nas tomadas de câmera, as cenas de duelo e combate, além das várias inovações
que inspiraram outros produtores e diretores de cinema.
A
cultura japonesa sempre trouxe contribuições preciosas para a humanidade em
diversas dimensões: arte plástica, música, ciência, literatura, administração,
espiritualidade. Entre as contribuições japonesas, gostaria de destacar, no meu
entender, uma das que mais importantes para administração: o “Caminho do
Guerreiro” (Bushido), alicerce dos samurais que viveram a época do Japão
Feudal, nos século VIII ao XV, e destacado por O-Sensei.

Bem,
voltando à gestão de projetos,
observamos que o ciclo de vida de um projeto é composto de quatro fases:
planejamento, alocação, implementação e encerramento. Trazendo o enredo do “Os
Sete Samurais” para a ótica de projeto, percebemos claramente a construção da
solução dentro dessas fases:
I) Planejamento – definição dos
objetivos e parâmetros do projeto: no filme, os lavradores cansados dos
bandidos, que os matavam, levavam suas mulheres e saqueavam sua produção de
alimentos, decidem resistir aos ataques. Escutam o ancião da aldeia que orienta
recrutar samurais para coordenar a resistência.
II) Alocação – Montar a equipe e rever
plano com a equipe: os aldeões vão procurar samurais interessados na causa,
todavia seus recursos para remunerá-los se restringem a alimentos e estadia.
Seguindo orientação do ancião, eles vão a procura de samurais famintos.
Encontraram um samurai experiente (Kambei) que se encarrega de recrutar os
demais (6) e de coordenar o treinamento dos aldeões para a luta. O plano de
resistência é elaborado pelos samurais, que verificam os pontos positivos e
negativos da aldeia: terreno, entradas e saídas, localização, limites que serão
defendidos etc..
III) Implementação – Controlar
mudanças, monitorar e relatar o progresso: os samurais e os aldeões se
prepararam para o assalto dos bandidos (40), que se surpreendem com a recepção
na aldeia. Várias batalhas se desenvolvem, alguns samurais se destacam na
condução das atividades planejadas. O samurai coordenador faz pontos de
controle para avaliar o progresso do plano traçado, verificando por exemplo as
baixas dos dois lados e promovendo ações, em conjunto com os demais samurais,
para manter o foco no objetivo: motivação dos aldeões, reforçar pontos
vulneráveis na aldeia, replanejar investidas contra os bandidos.
IV) Encerramento – avaliar o desempenho
e encerrar o projeto: Por fim, todos os bandidos são eliminados e os
aldeões conseguem atingir o resultado esperado. O samurai Kambei faz um balanço
do projeto, reflete sobre a relação entre os guerreiros e a classe de
agricultores, destaca a vitória dos
aldeões ao preço da vida de quatro companheiros samurais.
No meu entender, na vida real, assim como
no filme, só é possível tratar um problema com a intenção de resolvê-lo, se uma
série de atitudes for colocada em prática: (i) reconhecer que não é possível
conviver mais com o problema; (ii) aceitar que as vezes é necessário buscar
ajuda especializada; (iii) traçar uma estratégia/plano; (iv) seguir o que foi
planejado; (v) verificar realizado
versus planejado, adotando os ajustes de curso quando necessários; (vi) avaliar
o resultado, verificando a necessidade de manutenção ou não dos novos
processos/atividades.
Assim como no Aikido, existem muitos
caminhos para se resolver um único problema, que a meu ver estão classificados
de acordo com a energia a ser gasta para colocá-los em prática. É nesse momento
que o administrador ou praticante de Aikido deve procurar aplicar as técnicas
adequadas, para otimizar esforço versus resultado esperado.
Referências: Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sete_Samurais. Gestão de Projetos, Atlas, publicação
2001, autor Luiz C. de M. Menezes.
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Excelente texto, parabéns!!!!
ResponderExcluirCada vez mais entendo que o planejamento em tudo que fazemos pode eliminar ou minimizar os erros, buscar soluções olhando a causa do problema e não somente os efeitos em nossas vidas... Vamos buscar a excelencia!!!!