segunda-feira, 27 de junho de 2011

Entrevista Prof. Gustavo

Em 2006 o Professos Gustavo contribuiu com o TCC do, então aluno do curso de Educação Física, Leonardo Piloto com uma entrevista sobre o Aikido e suas impressões dobre essa arte.


Entrevista Professor Gustavo

1 – O que você pretende ensinando Aikido a seus alunos?

Pretendo, através da divulgação do AIKIDO, formar pessoas mais úteis pra uma sociedade melhor, mantendo vivas as tradições desta arte e valores como honra, honestidade e dignidade que são a nossa base.

2 – O que você percebeu no Aikido, que difere de outra arte que você já praticou?!

Toda arte marcial é um caminho para o aperfeiçoamento e autoconhecimento, porém percebi no AIKIDO uma forte união e amizade entre os praticantes e apesar das técnicas terem vindo de uma necessidade de lutas e guerras vejo muita harmonia e bondade em seus movimentos. Creio que a ausência de competições em nossa linha nos leve a treinar o aikidô por completo, sem visar resultados de um torneio ou outro, e permite que pratiquemos com a mesma intenção do fundador da arte (Morihei Ueshiba) de alcançar um nível de desenvolvimento através dos movimentos marciais. 


3 – Como surgiu o Aikido aqui em Goiânia (quem começou ensinando a vocês, quem deu continuidade após? Os treinos eram aqui ou em Brasília?) Quais as dificuldades iniciais que você e o grupo tiveram na implantação do Aikido aqui em Goiânia? Apesar destas dificuldades que surgiram, o que os levou a querer continuar a prática?

Por volta do ano de 1992 o Sensei Ivan Reis (da academia Segmento Dojô), ia praticar em São Paulo com o professor Makoto Nishida (da Federação Paulista de Aikidô FEPAI) e depois de um período treinando lá o professor Nishida o indicou para o professor J. F. Santos de Brasília (do grupo do mestre Ichitami Shikanai) e este passaria e ministrar as aulas aos Sábados em Goiânia e o grupo treinaria as técnicas passadas durante as aulas semanais (Terças e Quintas).

Era um grupo muito forte e dedicado, o tatame foi improvisado com umas placas de borracha e nos encontros em Brasília tínhamos que viajar de madrugada pra poder chegar a tempo e havia pouca divulgação, porém quanto mais difícil era mais o grupo se fortalecia. Pois com o tempo fomos tendo acesso a mais detalhes desta bela arte e ficávamos muito encantados.
Hoje em dia já existe uma ótima estrutura para a prática da arte, bons professores e uma vasta divulgação sobre o assunto na Internet e em livros. 

4 – O que você pensa sobre esta tríade do Aikido: “Espiritualidade, técnicas corporais e filosofia”? Ela é válida para uma melhor formação do aluno ou algum destes componentes da arte poderia ser subtraído?

As técnicas saíram dos estudos do fundador e ele não fazia distinção destes três tópicos, todos eram interligados a vida dele e isso aparece claramente nas técnicas. Não existe forma de retirar nada, porque o AIKIDÔ contém corpo, mente e espíritos fundidos em suas movimentações, intenções e técnicas. Contudo existem ênfases diferentes dentro de cada estilo.

Para uma formação do aluno conforme o que se deseja passar do que seja a arte, não há como subtrair nada. Uma pessoa que aprende apenas a técnica, sem a filosofia não sabe aikidô, e isso vale para as pessoas que conhecem apenas um aspecto dos três mencionados

5 – O que te levou além de praticar o Aikido, querer também ensiná-lo a outras pessoas? 

Primeiramente fiquei muito encantado com a eficiência das técnicas para a defesa, e depois fiquei muito feliz com as grandes amizades que fiz na academia e por fim fiquei encantado pela filosofia da arte (com suas tradições e valores).

Sempre tive uma certa facilidade para fazer amizades e ensinar,depois de estudar um pouco mais sobre o AIKIDO fiquei envolvido de uma forma assustadora e daí para ensinar foi um passo, tudo ocorreu muito naturalmente. 

6 – Qual a importância dos momentos de reflexão sobre a prática durante a aula? Como ela pode ter uma importância significativa ou ela pode ser subtraída da aula? 

Na aula eu preciso de “seres pensantes”, pois não estou adestrando meus alunos, mas sim formando pessoas, para podermos refletir acerca das técnicas passadas e fazer um paralelo com os demais aspectos de nosso dia-a-dia. Fazemos sempre uma analogia acerca das agressões (ataques) com os quais lidamos nas técnicas durante o treinamento, com o intuito de trazer para a nossa vida uma forma melhor de lidarmos com as agressões do cotidiano. 

Comparando um ataque direto (um chute, por exemplo) com uma situação onde somos agredidos (até mesmo de forma verbal) para podermos estudar o ataque, esquivar e conduzir a situação da melhor maneira com o mínimo de dano, quando possível.

Não creio que os momentos de reflexão possam ser extraídos, uma vez que os mesmos fazem parte do “jeito de ser” da arte. Acredito que a ênfase dada possa variar de professor para professor, mas sempre estaremos refletindo. Pois na essência do AIKIDO, procuramos realizar a técnica sempre da melhor forma, a busca é incessante e lidamos diretamente com pessoas diferentes, e uma pessoa não realiza um ataque igual. 



Espero realmente ter ajudado e lhe desejo toda a sorte e sucesso em sua carreira. 
Um abraço pra você Leo. 
Gustavo N. Santos

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Um comentário:

  1. Grande Sensei Gustavo, mesmo com o interregno de 5 anos em que ele concedeu esta entrevista, vejo que seu ideal permanece inabalável.
    Orgulho de ser seu aluno e fazer parte do Grupo ITN!
    Abraços.
    Tiago Vieira

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