Dando continuidade ao texto "Aikido e Educação", serão
colocados periodicamente no blog excertos do livro de Anne Cheng,
"História do Pensamento Chinês". Livro de história intelectual
recomendado a todos que queiram conhecer melhor a filosofia oriental do extremo
oriente e que não considerem, como afirmaram Heidegger ou Hegel, que a
"filosofia fala grego".
Não desenvolvendo uma arte de criar conceitos, a filosofia chinesa
expressa uma tendência ao sincretismo. Não procede, assim, tanto de maneira
linear ou dialética, mas em
espiral. As contradições não são, portanto, percebidas como
irredutíveis, são antes alternativas, oposições complementares. Para além de
uma contradição estática, há alternância entre os opostos em um equilíbrio
dinâmico, passando do indiferenciado ao diferenciado, do Yin ao Yang.
Desta maneira, o pensamento chinês não opera por um conjunto de
definições que delimita um objetivo. Descreve, sim, círculos ao redor deste.
Melhor dizendo, espirais, que vão aos poucos estreitando os círculos e aprofundando
a análise. No caso, "aprofundar significa deixar descer cada vez mais
fundo dentro de si, em sua existência, o sentido de uma lição, de um
ensinamento, de uma experiência pessoal. Servem menos para raciocinar e mais para
serem frequentados, praticados e, finalmente, vividos." Não é a busca por
um prazer puramente intelectual, não o raciocinar sempre melhor, mas o viver
sempre melhor sua natureza de homem em harmonia com o mundo."
Começaremos por Confúcio, filósofo que inaugura um novo modo de reflexão
que influenciará o pensamento oriental por mais de 2.500 anos. Desejo então a todos, uma boa leitura, uma boa reflexão, uma boa
prática, uma boa vivência.